quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

História e Arqueologia - Limites (cont.)

Se a crítica de Finley foi sobre um hiperuso da Arqueologia para responder questões que não se aplicam, ele a complementa de modo contrário, lembrando que não se pode prescindir da Arqueologia. 

"Tampouco vejo maior virtude, como já afirmei, no comportamento de historiadores, que negligenciam materiais arqueológicos. E talvez eu deva repetir, que de todas as evidências disponíveis, é impossível deduzir organizações ou instituições sociais, atitudes ou crenças tomando por base unicamente objetos materiais."

A postura de Piggot, que Finley apresenta no início de seu artigo como suporte ao que desenvolverá é assim escrita no trabalho que citamos -  Ancient Europe (1965). 

Pode parecer "uma doutrina severa para algumas pessoas (...) os dados baseados na observação da pré-História [sempre lembrando que este conceito, na época que Pigott escreve, se referia a períodos sem escrita] parecem-me em todos os sentidos, mais ambíguos e mais suscetíveis a interpretações variadas do que a gama normal de materiais disponíveis para os historiadores. O que temos à disposição como pré-historiadores são remanescentes duráveis da cultura material que chegaram acidentalmente até nós, os quais interpretamos da melhor maneira possível e inevitavelmente a qualidade peculiar dessas evidências dita o tipo de informação que podemos obter delas. Além do mais interpretamos as evidências em termos de nossa formação intelectual, que é condicionada pelo período e cultura nos quais fomos educados, nossa bagem social e cultural, nossas hipóteses e pressupostos atuais e nossa idade e posição social."


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem quiser comentar, a boca é livre / Please leave a comment