terça-feira, 24 de julho de 2012

HISTORIADORES GREGOS DO OESTE, L. PEARSONS - PRECURSORES DE TIMEU


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·         P. 10
·         HÍPIAS (HIPPYS) DE RÉGIO (RHEGIUM)
·         Supostamente o mais antigo historiador da Sicília. Boa chance de não ter existido e criado no período helenístico para compor uma ‘tradição’ anterior.
·         A Suda informa que Hípias foi o 1º. a escrever História da Sicília, e começou no tempo das Guerras Pérsicas.
·         Obras:
- Kteseis of Italy, Sicelica – 5 livros.
- Crônicas – 5 livros
- Argolica – 3 livros.
·         Sua obra teria sido epitomizada por um certo Myes.
·         Cadmo de Mileto teria sido epitomizado/inventado por Bíon de Proconeso ou alguém se dizendo ele, que disse ser Cadmo o 1º a escrever História da Iônia, embora a tradição atribua a primazia a Hecateu/Hecataeus.
·         Se Hípias foi o 1º a escrever história do oeste grego, surpreende não ser citado em Dionísio, Diodoro, Estrabão ou Pausânias. Só Estéfano de Bizâncio o menciona.
·         Os que mais crêem na existência de Hípias seriam eruditos italianos, entre os quais De Sanctis e Momigliano.
·         Pp 8-9
·         Fragmentos atribuídos a Hípias contrariam opiniões e versões geralmente reconhecidas :
- Teria descoberto um pitagórico Petron (cf. Plutarco), que dizia haverem 83 universos, embora ninguém antes dos atomistas tenha aventado a hipótese de haver mais de um universo.
- Chama os Argólidas de povo “pré-lunar”, dando-lhes mais antiguidade que os Frígios (contrariando Heródoto).
- Teria contado a história de Jasão ter trazido Medea para Corinto, sugerindo-o ser a fonte da Medea de Eurípides.
- Teria dito que um certo rei argivo Pollis na Sicília deu nome a um vinho.
- E que havia um lugar de mistérios que matava quem lá dormisse, armadilha construída pelo rei Epainetos durante a 36ª olimpíada quando o Esparatano Aritamas venceu o Stadium.
- Nas duas últimas nenhuma referência há sobre esses reis ou sobre o olímpico. O autor da epítome escreveu por volta de 280 a.C. o mais tardar e não muito antes pois historiadores não usavam a datação olímpica antes.
·         P.10
·         Pearsons conclui que alguns preferem crer na existência de Hípias e não em sua invenção pelo ‘epitomizador’.  Mas para Pearsons, a 1ª alternativa é a mais difícil de arguir.
·         P. 11
·         ANTÍOCO DE SIRACUSA
·         ‘More solid ground’ . Dionísio, Diodoro, Estrabão e Pausânias o citam.
·         Possível mesma idade de Heródoto, não mais antigo que Tucídides. Teria encerrado sua obra em 424/23 .
·         Escreveu em dialeto Iônico, nem ático nem dórico de Siracusa, talvez querendo ser considerado o Heródoto do Oeste. Diodoro nos conta que sua obra foi dividida em 9 partes por alguém que a organizou em Alexandria.
·         Pearsons segue Jacoby ao dizer que Antíoco não teria feito duas obras sobre a Itália e sobre a Sicília, mas uma só
·         Itália para Antíoco é uma área restrita, não compreende sequer a Magna Grécia.
·         Ele começa sua narrativa com peri italihs. Embora Estrabão ache que é o título descrevendo a obra, na verdade é sobre os italoi, as pop. não-gregas (Oinocroi os primeiros) em suas migrações no continente e então para a Sicília, antes da chegada dos Sícelos.
·         P.12
·         Dionísios apresenta o que escritores anteriores disseram sobre a colonização da Sicília e as origens dos nomes dos povos: Antíoco chama os povos primitivos da Itália pelo nome grego de Oinoicroi mas eles nomeavam-se segundo um rei chamado Ítalo e que após sua morte, seu sucessor Morges reinou até a chegada de um certo Sícelo, que querendo criar um reino para si, dividiu o povo e levou-o para a Sicília.
·         12-13
·         Helânico, contemporâneo de Antíoco trouxe Enéas para a Itália e colocou-o junto com Odisseus como co-fundadores de Roma. O início do sec. V é muito cedo para os romanos tentarem estabelecer origens troianas, mas os gregos procuravam helenizar o local onde surgiu Roma, para colocar toda a Itália como extensão da Grécia.
·         Tudo acima seria tradição, mas Dionísio ‘com sua credulidade típica’ teria tentado estabelecer a tradição como os fatos.
·         Nota 39 – B. Brea diz que a tradição é certamente falsa pois não se encontrou em escavações na Sicília traço algum de culturas apeninas ou sub-apeninas.
·         O problema da coleta de informação por Antíoco é que ele tentou fazer os mesmos inquéritos de Heródoto entre povos não-gregos, mas ao contrário daquele no Egito ou Babilônia, o sucesso das possíveis tentativas de Antíoco entre Sícelos e Itálicos foi limitado pois estes povos não praticavam a escrita no início do século V a.C. e a aprenderam de Gregos e Etruscos.
·         Pearsons: A tradição oral pode ser preservada sem o auxílio da escrita, mas para que isso ocorra, é necessário um vigoroso desenvolvimento político com a presença de centros políticos regionais. E apesar do forte desenvolvimento cultural na Itália do séc V a.C. não há sinal de um desenvolvimento político equivalente. Não se pode esperar relatos mais numerosos ou prolíficos do que os das comunidades não-gregas.
·         Nota 40: C.F.Crispo Contributo alla storia della più antica civiltà della Magna Grecia crê em tradições orais e escritores locais dos quais Antíoco teria derivado seus relatos. E arqueólogos como Bracesi La Sicilia Antica pensam que algumas tradições locais foram adaptadas pelos colonizadores gregos para seus próprios mitos fundadores. Contra esta idéia: L. Pareti, Kokalos 2 (1956: 5-19)
·         pp. 13-14
·         Políbio critica Timeu por não ter inquirido as populações ítalo-sicilianas não-gregas à moda de Heródoto, mas ele devia estar consciente da dificuldade em fazê-lo, assim como Timeu, e do pouco retorno dessa abordagem.
·         Antíoco queria estabelecer a história do sul da Itália pré-grega, como a história de um reino ‘italiano’ de pessoas que ele denominava oinoitroi . Demarcou as fronteiras deste reino: excluiu o calcanhar e o artelho da bota italiana ao sul e os Opici ou Ausones ao norte (Oscos, Samnitas ou Campanianos como os romanos os chamavam)
·         Ao escrever sobre a Sicília, não está claro como ele estabeleceu a distinção entre Sicanos e Sícelos. É suposto que os gregos da Sicília a fizessem, mas por que Antíoco escolheu dizer que os Sícelos vieram da Itália?  Antíoco não pode reclamar mais conhecimento sobre a origem dos Sícelos do que nós sobre a dos Etruscos. Como ele, somos dependentes de logoi e tecmuria.
·         Quando Dionísio fala sobre os Sicanos, ele pode ter dado o que pensava ser o senso comum, e não se pode ter certeza sobre quanto do que ele diz foi tirado de Antíoco. Este diz que os Sicanos eram um povo Ibérico que se fixou na Sicília não muito antes da invasão Sícela, fugindo dos Ligúrios. Diz ainda que não eram muito numerosos e que muitas partes da ilha permaneceram desabitadas, mas mesmo assim ela foi chamada de Sicânia após sua chegada. Antes seu nome era Trinacria. Uma explicação da Trinacria Homérica. A troca de nomes segue o padrão de Antíoco: Oinoitroi, Italoi, Morgetes.
·         pp. 14-15
·         Não há fragmento de Dionísio que preserve o que Antíoco tinha a dizer sobre o período entre a invasão Sícela e a chegada dos primeiros gregos. Nem há qualquer fragmento sobre a data da fundação de Siracusa.
·         Tucídides certamente conhecia o trabalho de Antíoco e nenhum dos dois dá uma data para a chegada dos Sícelos, apenas nos dizem que fugiam dos Opici. Dionísio afirma que Tucídides dá uma data, mas talvez só o tenha feito para mostrar a divergência com Helânico, que situou a travessia dos Sícelos na 3ª geração após a guerra de Tróia – um período muito anterior ao escolhido por Dionísio.
·         Tucídides data a fundação de todas as outras colônias gregas a partir de Siracusa, que é o que se espera de um historiador siciliano. Provavelmente, ainda que tenha feito pesquisas locais, suas informações vêm de Antíoco.
·         Combinando o que Heródoto (7.156-7) diz sobre a destruição de Mégara Hibléia com o que Tucídides relata (6.4.2), chega-se a data de 733 para a fundação de Siracusa.
·         Estrabão – citando – Antíoco – diz que Árquias (fundador Coríntio de Siracusa) partiu junto com Myscelos (fundador de Crotona) e na viagem de volta Árquias desembarcou no local da futura Crotona e ajudou Myscelos a fundar uma colônia lá.
·         Dionísio diz que a Crotona foi fundada em 710/09 a.C. e o armênio Eusébio diz que foi apenas 2 anos depois.
·         Pearsons suspeita que Antíoco, siracusano adiantou a data da fundação de Siracusa por motivos patrióticos, não dando uma data tão tardia quanto após 710 e por isso forçou a aproximação com a data de Siracusa.
·         Pp.15-16
·         Estrabão também diz que Locri foi fundada não muito após a fundação de Crotona e Siracusa, e diz que houve a co-operação de Siracusa na fundação de Locri. Pearson vê aí a mão de Antíoco.
·         É importante lembrar que o século VIII coincide com a descoberta da escrita pelos gregos. Nenhum registro anterior é feito, exceto a Guerra de Tróia. É o primeiro século ‘letrado’ e também de quando são datadas as 1as Olimpíadas, as primeiras colônias e até mesmo a Fundação de Roma. As datas no século VIII são as mais antigas que se pode esperar de registros escritos.
·         Como dito antes, a explicação mais simples para as datas de Tucídides é que ele copiou tudo de Antíoco. Mas as explicações mais simples nem sempre são as verdadeiras. Jacoby pensa que Tucídides copiou tudo de Helânico, cujos interesses por Cronologia são bem conhecidos. Antíoco não teria se preocupado muito em datar os eventos.
·         P.17
·         Estrabão cita Antíoco para uma versão da fundação de Régium. E fala indiretamente de Zancle, o que pode ser uma prova de que Tucídides leu em Antíoco seu relato sobre a fundação de Zancle.
·         Antíoco teria aceitado a versão dos fundadores de Tarento como Partheniai Espartanos.
·         Metaponto: Estrabão cita a versão – provável – de Timeu (que trouxe quantos personagens da Idade Heróica ele pôde para a Itália ) e diz que foram homens da Pilos de Nestor em seu retorno de Tróia que fundaram a cidade. Então Estrabão cita o relato de Antíoco dizendo que foram Aqueus mandados por Aqueus de Síbaris a fundar a cidade que havia sido abandonada. Lembra como Calcídios fundaram Regium mandados por Calcídios de Zancle.
·         Os Aqueus estavam descontentes com os Espartanos por forçarem Aqueus a deixarem o Peloponeso e após vê-los chegarem ao local de Tarento se apressaram a fundar Metaponto temendo que pudessem tomar o local.
·         P. 18
·         Outras histórias de Antíoco mostram como vários povos abandonaram seus locais originais de fundação de cidades: Crotonienses abandonaram o 1º local no Cabo Zefírion, os Cnídios abandonaram o Cabo Pachynos nas Ilhas Líparas, expulsos por Elimeus e Fenícios e os Foceus que colonizaram Vélia primeiro tentaram a Córsega.
·         Também Antíoco mostra como as colônias de iniciativa conjunta de vários povos foram o modelo para a fundação de Síris no sec. V a.C. por Tarentinos e Túrios – que seriam colonos Atenienses – com um exilado Espartano à frente da fundação. Embora a colônia fosse considerada um empreendimento Tarantino e mais tarde mudasse seu nome para Heracléa.
·         Os relatos de Antíoco entre o tempo das fundações no século VIII até o século V desapareceram completamente. Exceto por lexicógrafos, Pausânias, Dionísio e Estrabão são os únicos que citam suas histórias diretamente. Os dois primeiros parecem ter tido acesso ao seu texto, mas Estrabão provavelmente citava o que leu em Timeu, conhecido por ser crítico de autores anteriores. Uma geração anterior de estudiosos concluiu que Estrabão dependia principalmente de Políbio e da Geographoûmena de Artemidoros para seus relatos sobre a Itália e que Artemidoro que o supriu com as citações de Timeu, as quais podem conter alusões e críticas a Antíoco.
·         Estrabão não parece ter grande familiaridade com a literatura grega e é mais fácil pensar que ele tomou conhecimento da obra de Antíoco desta forma do que teve acesso aos originais de um historiador grego precursor e pouco conhecido.­


domingo, 22 de julho de 2012

PLUTARCO VIDAS PARALELAS - TESEU



·         p.17 - Plutarco diferencia “mito e lenda, poetas e mitógrafos” de um relato mais apurado, com bases verificáveis “o terreno constante da História amparada em fatos”.
·         p.18 - “Oxalá possamos obrigar a fábula, depurada pela razão, a submeter-se a ela, assumindo feições de História”
·         Plutarco procura ser criterioso ao lidar com essas personagens, tentando separar lenda de fatos/verdade o tempo todo.
·         p.19 – Estratagema de Egeu – pedra, espada, filho, força – lembra a lenda arturiana posterior. Esta inspirada naquela ?
·         p.22 – Emulações em Plutarco: Héracles-Teseu, Milcíades-Temístocles, Alexandre-César.
·         Adversários de Teseu: Perifetes (clava, que Teseu adotou),  Sínis (pinheiros curvados, filha que teve filho com Teseu), javalina de Crômion (Féia, podia ser mulher). Círon (chute ao precipício, dúvida qto ao banditismo pela parentela ilustre [ Éaco, Cicreu, Peleu, Télamon]), Cercião, Procusto (Damastes), Touro de Maratona.
·         P.28
·         Minotauro – Origem, morte de Androgeu. Cretense vitorioso nos jogos Panatenaicos, foi morto pelos atenienses ou a mando de Egeu. Minos desembarca para vingá-lo (desculpa semelhante à Helena para tomar Tróia) e impõe tributo aos atenienses.
·         Todo a história do Minotauro segue um padrão que chamo de “mitos de permanências”. A repetição de gestos realizados durante o mito original que terminou com a empresa sendo levada a bom termo. Assim, cada passo dado e reproduzido em ritos (Oscofórias) ou mesmo histórias não tão bem-sucedidas como a Morte de Ariadne em trabalho de parto são reproduzidas ritualmente por ter Ariadne uma relação fundamental com o sucesso da empreitada.  Plutarco descreve todos estes mitos e busca ligar rituais, festas e elementos (‘dipnóforas’) com supostos eventos do passado, numa relação de mão dupla: tanto explica os rituais presentes quanto busca confirmar a veracidade de mitos passados.
Apesar de sabermos que os antigos eram muito religiosos - com rituais antes de votações na pnix, onde se reunia a assembléia ateniense, cercando o local todo com sangue de animais. - me parece que o número de ritos ligados ao Minotauro e sua derrota nas mãos de Teseu reveste-se de uma importância profunda para Atenas. Simbolicamente parece um modo de dizer que uma Talassocracia - poder marítimo - foi substituída por outra, e que Atenas tendo vencido o Minotauro foi a digna sucessora dos Cretenses.

·         Teseu parece imune ao poder patriarcal. Ainda jovem recusa seguir ordens dos pais (do adotivo – avô – e mãe e também do natural) duas vezes, sempre pelo heroísmo: quando migra para Atenas a pé (p.23) e quando se voluntariza para ser entregue ao Minotauro sem passar pelo sorteio. (p.30).
·         P.38
·         Plutarco cita o Canto II de Homero – “catálogo das naus” – e diz que Homero reconheceu a tradição democrática dos atenienses pois é o único grupo que nomeia como ‘povo’. 
Algumas observações: Ainda que nada tenha se perdido nas traduções e cópias antigas, é quase certamente uma interpolação posterior feita com propósitos políticos, por algum membro radical do Demos ateniense, ou admirador que viveu entre a época de Homero e a de Plutarco, portanto num intervalo de 800 anos no máximo. Existe a possibilidade de que seja uma adição não presente no texto original de Plutarco e o estilo quase certo nos levaria ao radicalismo dos séculos XVIII-XIX. Mas se a observação não estava no texto original de Plutarco, nem a menção aos atenienses como povo em Homero, então qualquer época dos últimos 3 séculos é uma escolha possível. O argumento em favor de interpolações espúrias ainda na antiguidade se torna mais forte quando lemos adiante em Homero II, 557-8, que os navios de Salamina se alinharam junto dos Atenienses. E a época em que ainda havia disputa sobre Salamina pertencer ou não a Atenas pode situar a interpolação no fim do sec. VI, ou ao menos esta 2ª interpolação, se não as duas.
·         p.39
·         Citação de Aticistas/historiadores antigos : Ândron de Halicarnasso, Bíon, Ferécides, Helânico. Os 3 últimos para contar sobre os jogos Ístmicos, e o tratado com os coríntios sobre os direitos dos atenienses que fossem aos jogos. Os 3 juntos para contar sobre a expedição de Teseu contra as  Amazonas e a captura de Antíope. Para Plutarco, Teseu foi por conta própria, não acompanhando Héracles.
·         P.40
·         Menécrates –autor de Nicéia, teria escrito História da Bitínia – também entra como fonte para o caso das Amazonas. Plutarco diz que elas amavam os homens naturalmente e os convidavam a visita-las.
·         p 40-1
·         A Guerra das  Amazonas – Mais uma citação de Helânico (diz que as amazonas vieram por cima do gelo cimeriano). Elas teriam combatido perto da Pnyx e os túmlos dos que ca[iram comprovam. Outro autor: Clidemo. Plutarco avalia o caminho por onde passaram a partir dos túmulos encontrados em diversas regiões e conclui que passaram pela Tessália (Escotussa e nos montes Cinoscéfalos) e pela Megárida.
·         PLANO DA OBRA. Plutarco se refere ao que já escreveu na Vida de Demóstenes, portanto: Vida de Demóstenes >>>> Vida de Teseu e provavelmente Vida de Cícero antes também.
·         P 42
·         Cap. 29 – Mais autores. Heródoro http://en.wikipedia.org/wiki/Herodorus
·         P. 43 Filócoro >>> Trégua entre Adrasto e Eteócles, a pedido de Teseu na planícies de Tebas para recuperar os mortos do exército atacante teria sido “a 1ª trégua para recuperar os mortos.
·         Citação de uma Vida de Héracles . Sem especificar autoria. Lá estaria dito que Héracles foi o 1º a devolver os cadáveres dos inimigos.
·         P. 44
·         Cap. 30 – Encontro de Hércules e Teseu a 1ª vez – Heródoro.
·         Nota 50 – Mistérios a) Eleusínicos – em honra de Deméter e Perséfone. b) Órficos – em honra de Orfeu (estes preceituavam a transmigração das almas).
·         P 47
·         Istro – ao menos 13 livros de obra sobre a Ática
·         P.48
·         A dupla queda de Teseu – do poder e do abismo – pode ser um simbolismo para o governo popular em Atenas que sempre derrubava aqueles que se destacavam, fossem eles seus benfeitores ou não.
·         P.49
·         Episódio da Ilíada – Menesteu, que incitara o povo a derrubar Teseu e depois tomara o poder, morre em Tróia e os filhos de Teseu que viviam na casa de Elefenor, tendo partido com este para Tróia, ao voltar assumiram o reinado de Atenas.
·         PLANO DA OBRA: Vida de Címon  <<<< Vida de Teseu


PLUTARCH – BIOI PARALLELOI





INTRODUÇÃO

·          A edição utilizada é da Ed. PAUMAPE, trad. de Gílson César Cardoso, 1992.
·         Tb usada a ed. Para o Kindle em inglês, trad. Arthur Hugh Clough.
·         “As Vidas Paralelas representam o maior acervo de informações históricas que um autor antigo nos legou a respeito de não importa qual civilização” Paulo Matos Peixoto, introdução Bioi 1992.
·         Plutarco foi a vida toda adepto do platonismo da Academia de sua época – tendente ao Ceticismo e avesso ao Epicurismo, incluía a ética estóica – 66-67 d.C.
·         Relações: pupilo de Amônio na Academia. Amigo de Lúcio Méstrio Floro, Lúcio Herênio e Quinto Sósio Senecião (4 x cônsul, atendeu às palestras de Plutarco em Roma. É a quem este dedica as Bioi)
·         Não era proficiente em Latim ou Literatura Romana, segundo ele mesmo conta.
·         Visitou Roma 2 vezes. Viveu e foi a Atenas, e esteve algum tempo na Ásia e em Alexandria.
·         Sacerdote de Delfos por 20 anos até sua morte em c. de 120 a.C.  Tb Beotarca.
·         Obra: quase 10 mil pp. Só a metade chegou aos nossos dias.

ROTEIRO PARA LEITURA CRONOLÓGICA
GREGOS: TESEU – LICURGO – SÓLON – ARISTIDES – TEMÍSTOCLES – CÍMON – PÉRICLES – NÍCIAS – ALCIBÍADES – LISANDRO – ARTAXERXES* – AGESILAU – PELÓPIDAS – TIMOLÉON – FÓCION – DEMÓSTENES – ALEXANDRE – ÊUMENES – DEMÉTRIO – PIRRO – ÁRATO – ÁGIS – CLEÔMENES – FILÔPEMEN

ROMANOS: RÔMULO – NUMA – PUBLÍCOLA – CORIOLANO – CAMILO – FÁBIO MÁXIMO – MARCELO – MARCO CATÃO – FLAMININO – PAULO EMÍLIO – TIBÉRIO/CAIO GRACO – MÁRIO – SILA – SERTÓRIO – CRASSO – LÚCULO – POMPEU – CÍCERO – CÉSAR – CATÃO, O JOVEM – MARCO BRUTO – ANTÔNIO – GALBA - OTÃO

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sábado, 14 de julho de 2012

PLUTARCO / PLUTARCH ROTEIRO PARA LEITURA CRONOLÓGICA



GREGOS: TESEU – LICURGO – SÓLON – ARISTIDES – TEMÍSTOCLES – CÍMON – PÉRICLES – NÍCIAS – ALCIBÍADES – LISANDRO – ARTAXERXES* – AGESILAU – PELÓPIDAS – TIMOLÉON – FÓCION – DEMÓSTENES – ALEXANDRE – ÊUMENES – DEMÉTRIO – PIRRO – ÁRATO – ÁGIS – CLEÔMENES – FILÔPEMEN

ROMANOS: RÔMULO – NUMA – PUBLÍCOLA – CORIOLANO – CAMILO – FÁBIO MÁXIMO – MARCELO – MARCO CATÃO – FLAMININO – PAULO EMÍLIO – TIBÉRIO/CAIO GRACO – MÁRIO – SILA – SERTÓRIO – CRASSO – LÚCULO – POMPEU – CÍCERO – CÉSAR – CATÃO, O JOVEM – MARCO BRUTO – ANTÔNIO – GALBA - OTÃO

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Donald Kagan e o estudo da Grécia como pressuposto da Civilização Ocidental

Baixei o curso introdutório completo de Donald Kagan sobre Grécia Antiga no Open Yale - quem não conhece dê uma googlada por que a famosa Yale, uma das mais conhecidas da Ivy League simplesmente disponibiliza GRÁTIS - palavrinha mágica pra brasileiro hem ?  - dezenas, talvez centenas de cursos para todas as áreas, e com seus melhores professores como exemplo do próprio Kagan, que se eu fosse nomear os 5 maiores classicistas vivos, Kagan estaria entre eles.

Aqui vão algumas observações interessantes de Kagan ouvidas - sim, é audioaula, nada melhor em filas ou antes de dormir, ou fazendo caminhada/corrida - durante o curso e também pesquisadas em artigos sobre Kagan e sua vida acadêmica na internet.

  •  Donald Kagan se declara dono de uma postura no mínimo corajosa em antiguidade: não sem um pouco de gracejo ele diz que há a escola rigorosa que duvida de tudo que não seja prova - algo que envereda pelo rigorismo senil do Direito que não deveria entrar tanto na História pois as duas disciplinas têm pressupostos epistemológicos e ontológicos bastante diferentes - do outro lado está ele, Kagan, o "historiador mais crédulo que já existiu pois acredita em tudo que está escrito em grego ou latim antigo a menos que seja algo impossível ou que haja uma outra fonte contradizendo pois assim ambas não poderiam estar certas" . Ele conclui que se ninguém consegue provar que está errado, a fonte é digna de confiança.
  •  A luta de Don Kagan pela estudo da Civilização Ocidental, começando no Mundo Clássico, ele resumiu da seguinte forma: "We are the product of Western civilization, so it’s necessary to understand yourself before you can understand anyone else," says Kagan.
    http://www.yalealumnimagazine.com/issues/02_04/kagan.html
  • Dois pensamentos sobre a Aristocracia entre os gregos

    1 - Para os gregos, a monarquia era coisa de bárbaros, homens que se achavam superiores como eles, não poderiam viver como escravos de um rei. A Aristocracia era o governo melhor, para homens livres

    2 - A Aristocracia detesta quando alguém começa a se elevar acima dos demais. Por mais engraçado que possa parecer, eles se preocupam muito com igualdade. Igualdade entre eles aristocratas, e uma profunda desigualdade entre eles e os demais, não-aristocratas.
  • A contradição maior da sociedade e do pensamento grego.

    1 - Todos eram estimulados à competição, deveriam ser os mais fortes, os mais belos, os melhores em tudo que fizessem.

    2 - Nessa busca por se elevar porém, os melhores acabavam cedendo à húbris - orgulho desmedido, soberba - e ofendiam os deuses que então mandavam a nêmesis - espécie de compensação com toda a sorte de desgraças.

    De certo modo, Kagan coloca as coisas de modo a nos fazer pensar sobre nossa própria época e talvez sobre a natureza humana, se é que é possível definir uma.

    Me lembra algo que já falei tanto sobre o preço do sucesso é por que encontramos tantos famosos com suas vidas estragadas e desequilibradas.

    A húbris - achar que pode fazer qualquer coisa - termina levando aqueles que se destacam a uma espiral de auto-destruição.

    Os mitos gregos, sempre buscando explicações sobre a natureza humana - psicológicas - ou sobre a natureza em si - físicas.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ainda a bio de Teseu em Plutarco - Pequena reflexão sobre ritos e o mito do Minotauro.


          Toda a história do Minotauro segue um padrão que chamo de “mitos de permanências”. A repetição de gestos realizados durante o mito original que terminou com a empresa sendo levada a bom termo. Assim, cada passo dado e reproduzido em ritos (Oscofórias) ou mesmo histórias não tão bem-sucedidas como a Morte de Ariadne em trabalho de parto são reproduzidas ritualmente por ter Ariadne uma relação fundamental com o sucesso da empreitada.  Plutarco descreve todos estes mitos e busca ligar rituais, festas e elementos (‘dipnóforas’) com supostos eventos do passado, numa relação de mão dupla: tanto explica os rituais presentes quanto busca confirmar a veracidade de mitos passados. 
         Apesar de sabermos que os antigos eram muito religiosos - com rituais antes de votações na pnix, onde se reunia a assembléia ateniense, cercando o local todo com sangue de animais. - me parece que o número de ritos ligados ao Minotauro e sua derrota nas mãos de Teseu reveste-se de uma importância profunda para Atenas. Simbolicamente parece um modo de dizer que uma Talassocracia - poder marítimo - foi substituída por outra, e que Atenas tendo vencido o Minotauro foi a digna sucessora dos Cretenses.