domingo, 25 de dezembro de 2011

ALEXANDRE MAGNO E O DEBATE SOBRE SUA MORTE : VENENO OU DOENÇA ? ACONTECEU NA HORA QUE NOS RELATAM ?


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http://www.newsfinder.org/site/more/poisoning_of_alexander_part_2/


O tema da morte de Alexandre  é fascinante sob muitos aspectos. Primeiro, pela dimensão histórica - e simbólica - do morto. Depois pela dúvida acerca das circunstâncias do passamento de Alexandre. Morte natural ou assassinato ? Conspiração ? Por quais motivos.

É um tema popular. Aqui levantamos outra questão, menos popular em relação a Alexandre, mas de certo parte da cultura popular para pessoas de todos os tempos, inclusive o nosso: Alexandre morreu ?

Sim certamente, dado o lapso de tempo que passou ele já morreu há muito tempo. Mas morreu mesmo no dia e local em que se descreve na Babilônia em 323 a.C. ? Ou teria morrido - conforme suspeitamos - muito tempo depois e assumido outro nome por motivos que desconhecemos, talvez até mesmo para escapar à uma conspiração que antecipara e evitara ?

No link abaixo, algumas discussões sobre a possível conspiração - Lane Fox também nos dá alguns indícios -  e sobre os assuntos na Índia, que nos interessam em especial para este tema.

http://www.newsfinder.org/site/more/poisoning_of_alexander_part_2/


O debate sobre se Alexandre morreu de doença ou veneno pode ser reduzido ao incrível - e patético - nível de uma briga partidária. Os dois textos que Robin Lane Fox * (consultar o final do artigo) nos apresenta como sendo as fontes originais de tudo que se escreveu depois, apontam para isso.

(continua em A Morte de Alexandre II - Uma morte em duas versões)


* Robin Lane Fox é autor da biografia de Alexandre mais vendida na História segundo ele mesmo diz e possivelmente tem razão, uma vez que é a mais vendida no ranking da Amazon. RBL foi consultor histórico do filme Alexandre e explica algumas liberdades tomadas durante o filme, alterando versões populares e mais conhecidas e/ou documentadas da vida e da morte do herói. "Cinema não é História, é espetáculo", diz Fox e tem nisso muita razão.








domingo, 16 de janeiro de 2011

LENDO JOHN KEEGAN - II WORLD WAR - III NÚMEROS DA INVASÃO DA URSS : PLANOS E ENGANOS

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Ao fim de julho, Hitler retomou debates com seus comandantes em Berghof, seu refúgio na Bavária. Em 31 de Julho ele disse a Brauchitsch e Halder que ele queria reverter sua decisão, tomada em meados de Junho, de desmobilizar 35 divisões para prover material para a guerra econômica contra a Grã-Bretanha, e iria ao invés aumentar a força do Exército para 180 divisões ( ele já tinha ordenado a duplicação das divisões Panzer de 10 para 20) e acelerararia a transferência, já iniciada, de forças do leste, para que pela primavera de 1941 ele teria 120 divisões próximas à fronteira russa. 

Essa decissão pode ser interpretada como um movimento precursor.  Hitler já tinha se alarmado pela ocupação dos países bálticos pelos russos em meados de junho [de 1940] e pela sua anexação da Bessarábia e Bukovina do Norte em 28 de junho [do mesmo ano] às custas da Romênia - uma anexação a qual ele foi forçado a concordar, já que a reivindicação russa àquelas províncias tinha sido acordada no pacto Ribentropp-Molotov de 22 de Agosto de 1939.  Estas aquisições de território podiam ser vistas como ameaçadoras. Eles consolidavam o avanço da fronteira estratégica russa em direção ao oeste, o qual desde Setembro de 1939 [Invasão da Polônia] tinha engolfado 286 mil milhas quadradas (486,072  km2) de território e 20 milhões de habitantes. Hitler, entrentanto, não acreditava que os russos pretendessem atacar. O problema era que as expansões russas aumentavam as chances de novas expansões estratégicas enquanto diminuiam as da Alemanha.  A ocupação dos estados bálticos ameaçava a Finlândia, efetivamente um protetorado alemão, e extendia a área sob controle da Rússia em águas bálticas (onde a Alemanha, entre outras coisas, treinava suas tripulações de U-boats). A anexação das províncias danubianas ameaçava a Búlgaria, outro estado cliente alemão, e aumentava  as chances da URSS tomar o controle dos estreitos do Mar Negro.

Foi a evidência de que esses movimentos de 'avanço' da URSS davam da intenção russa de buscar suas próprias vantagens nas barbas do poderio militar testado da Alemanha, que convenceram Hitler que ele não poderia recusar um teste de força com a Rússia para sempre - e portanto, teria de ser antes logo do que tarde.  Exércitos Estrangeiros Leste, a seção de Inteligência da OKH que monitorava as intenções e recursos soviéticos, tinha reportado em Maio [de 1940], do Adido Militar em Moscou , que o Exército Vermelho, embora capaz de recrutar 200 divisões de infantaria para a guerra, permanecia tão desorganizado pelo grande expurgo militar de 1938 que ele levaria 20 anos 'até chegar ao seu momento anterior' . Informações sobre a produção de armas russa, particularmente de tanques, teriam alertado o contrário, mas estavam incorretas. O número de tanques russos na época era estimado em 10 mil (os alemães estimavam em 3.500) e na realidade eram 24 mil.  Hitler estava preparado para lançar sua armada de tanques contra a russa mesmo em desvantagem de 1:3; e ele não tinha dúvidas que 120 divisões alemãs bateriam 200 russas, caso Stálin conseguisse recrutar tantas. 

Quando os 12 novos marechais vieram receber seus bastões na Chancelaria em 14 de Agosto [1940], portanto, o discurso de Hitler foi sobre a necessidade premente de combater a URSS. O relato do Marechal de Campo Von Leeb sobre as diretrizes de Hitler revela a tendência de seus cálculos: 

  • Provavelmente há duas razões pelas quais a GB não fará a paz. 1o. , as esperanças de ajuda dos EUA; Mas estes não podem começar grandes entregas de armas até 1941. 2o., ela espera jogar a Alemanha contra a Rússia.  Mas a Alemanha é militarmente muito superior a Rússia. ... Há duas outras áreas que poderiam iniciar um conflito com a Rússia: 1 - bolsões russos na Finlândia. 2 - Novas aquisições russas na Romênia.  Não podemos permitir isso por causa do suprimento de gasolina romena para a Alemanha.  Portanto a Alemanha precisa ser mantida completamente armada. Pela primavera [de 1941] haverá 180 divisões. ... A Alemanha não está tentando esmagar a GB porque os beneficiários serão o Japão no Leste, Rússia na Índia, Itália no Mediterrâneo e EUA no comércio mundial. É por isso que a Paz é possível com a GB.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

LENDO JOHN KEEGAN - II WORLD WAR - II

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Winston Hurchill confessou após a vitória final, que 'o único perigo q realmente o assustou durante a guerra foram os U-boats... Ele não tomou a forma de batalhas dantescas ou feitos brilhantes, ele se manifestou através de estatísticas, diagramas e curvas desconhecidas para a nação e incompreensíveis para o público'. As estatísticas mais importantes foram facilmente definidas. Em 1939 a Grã-Bretanha precisava importar 55 milhões de ton de mercadorias pelo mar para manter seu padrão de vida. Para fazê-lo, ela manteve a maior frota mercante do mundo, compreendendo cerca de 3 mil naves transoceânicas e 1 mil grandes navios costeiros com capacidade (total) de transporte de 21 milhões de tons. Cerca de 2.500 navios estavam no mar ao mesmo tempo: as tripulações desses navios mercantes, um recurso qse tão importante qto os próprios navios, totalizava c. de 160 mil homens. Para proteger essa frota, a Marinha Real proveu 220 navios equipados com ASDIC - o sistema de eco desenvolvido pelo Comitê de Detecção e Investigação Submarina dos Aliados em 1917 - entre 165 destróieres, 35 escunas e corvetas e 20 traineiras. A proporção entre navios mercantes e escoltas era portanto de 14:1. Comboio, a prática de reunir navios mercantes em formações sob escolta naval, não era mais um procedimento controverso como tinha sido na I GM; o Almirantado tinha se comprometido com ele antes da guerra estourar e introduziu-o nas rotas oceânicas imediatamente e nas rotas costeiras tão rápido qto foi praticável.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

LENDO JOHN KEEGAN - II WORLD WAR - I



John Keegan dispensa apresentações. Mas como sempre tem quem não conheça, basta dizer que ele foi professor da Cátedra de História Militar da Academia Militar de Sandhurst, Grã-Bretanha por 25 anos. 

E Sandhurst não é qq coisa. Não é apenas uma das 6 academias de excelência especializadas em formar militares do mundo. É a mais tradicional delas.

Posso dizer com certo conforto que Keegan é o maior historiador militar vivo. Seguido de perto por Victor Davis Hanson que dada sua produção e o fato de ser mais novo deve sucedê-lo em breve. Aliás, Hanson começou sua carreira mandando um trabalho seu para Keegan, que apesar de receber mto "material não-solicitado" como ele próprio diz, entusiasmou-se com um trabalho acadêmico de Hanson - The Western Way of War - e o prefaciou qdo foi lançado para o grande público.

Mas vamos ao q interessa. Estou lendo o livro de Keegan II World War - até onde sei sem tradução no Brasil assim como o seu I World War - e achei tantos detalhes interessantes, que resolvi anotá-los para posterior referência. 

Melhor ainda, resolvi traduzí-los e publicá-los. Quem quiser comentar, a bronca é livre. 

1 - As doutrinas aéreas dos países envolvidos. A crença no poder aéreo como arma definitiva.
A crença que forças aéreas poderiam suplantar forças navais e terrestres como instrumentos de poder vencedores de guerras ganhou força antes e mais profundamente em 3 países: EUA, Grã-Bretanha e Itália. Nos EUA, isolacionista após 1918 e vulnerável apenas a um ataque transoceânico, era a habilidade do avião de destruir frotas de batalha que chamava mais a atenção. Experimentos bem-sucedidos no bombardeio aéreo de couraçados alemães capturados fizeram o expoente americano da independência do poder aéreo, General William Mitchel, articular pela formação de uma força aérea independente. E o fez com tal insubordinação vigorosa, que teve de defender seu ponto de vista ante a Corte Marcial em 1925.  A Grã-Bretanha, comprometida com a defesa tanto do Império quanto da Metrópole, e experimentada em bombardeio 'estratégico' ao final da I GM contra a Alemanha, tinha criado uma Força Aérea autônoma em 1918, a qual formulou seu próprio conceito empírico em larga escala de sustar ofensivas através de operações aéreas independentes. Curiosamente foi na Itália que uma teoria da defesa aérea mais abrangente emergiu na sua forma mais desenvolvida.  Giulio Douhet, universalmente conhecido como o Mahan (senão o Clausewitz) do poder aéreo, parece ter chegado a essa visão da 'vitória através do poder aéreo' por uma compreensão da futilidade das táticas de artilharia da I GM. No seu livro Supremacia Aérea (1921) ele argumentou que, ao invés de bombardear a periferia do território inimigo com bombas incendiárias onde poderia causar apenas danos materiais ao que estivesse concentrado ali, a lógica da era aérea requeria que se mirasse os centros da produção de guerra do inimigo e se alvejasse as fábricas e os operários que faziam as armas. A percepção de Douhet foi condicionada pela experiência da Itália na  I GM, a qual tinha lutado em fronts pequenos dominados por artilharia que era suprida por fábricas localizadas na atual Eslováquia não mto distantes dos próprios aeródromos. 

A teoria de Douhet se extendia para uma crença de que o bombardeiro iria se tornar imune a contra-medidas defensivas, fossem estas baseadas em caças ou canhões antiaéreos e que uma ofensiva de bombardeiros atingiria seu efeito tão rápido que o resultado de guerras futuras seria decidido antes  que a mobilização dos exércitos e frotas estivesse completa. Nesse aspecto, ele era um verdadeiro visionário, uma vez que ele previu a lógica do 'primeiro ataque' da guerra nuclear. 

Ele insistia então, que o bombardeiro de longa-distância, carregando bombas incendiárias de queda livre, poderia dar o golpe decisivo - e alguns poucos o seguiram nessa idéia. A Força Aérea do Exército dos EUA, quando entrou na II GM em massa em 1942, acreditou que suas avançadas Fortalezas Voadoras, construídas para incorporar o ideal de Douhet, eram os instrumentos da 'vitória pelo poder aéreo'; o desaprendizado dessa concepção errônea nos raids de penetração profunda de 1943 foi doloroso. A Real Força Aérea [Britânica], cujo compromisso com o bombardeio estratégico era mais pragmático do que doutrinário, esperava menos de suas ofensivas iniciais contra a Alemanha (e atingiu ainda menos do que esperava). A Luftwaffe de 1939-40 não adotava teoria alguma de bombardeio estratégico; em 1933 ela tinha examinado a capacidade da Alemanha de construir e operar uma frota de bombardeiros de longo alcance e concluiu que o esforço requerido excedia sua capacidade industrial mesmo a médio prazo. Seus chefes, a maioria ex-oficiais do exército, devotaram-se portanto a fazer da Luftwaffe uma arma de suporte às tropas terrestres, e este era seu papel ainda durante a Batalha da França, apesar da reputação que ela tinha ganhado como instrumento de destruição em masse desde os ataques contra Varsóvia e Rotterdam.

domingo, 9 de janeiro de 2011

A GUERRA FRIA: O MAIS PERFEITO SISTEMA DE DOMINAÇÃO MUNDIAL DE TODOS OS TEMPOS - I



Eu vivi a Guerra Fria, nos seus últimos 20 anos, a 2a metade qse toda.

E era um tempo estranho. Tínhamos a sensação - as pessoas q se informavam - de q estávamos sempre à beira de um ataque nuclear. Ou de um golpe militar. Ou um golpe comunista.

Era um tempo em que todos os países e grupos de resistência no mundo - incluindo aí Guerrilhas, Paramilitares, Sindicatos, Associações - pareciam se alinhar ou com Estados Unidos ou com União Soviética. Era tanto alinhamento que surgiu o Movimento dos Países Não-Alinhados confirmando a divisão do mundo em aberta evidência. E mesmo os PNA eram mto mais inclinados a se oporem aos EUA do que à URSS. As consciências das pessoas se alinhavam também. Quem não tinha alinhamento, fosse um playboy no seu carro tunado (dizia-se "envenenado" na época) fosse um operário bóia-fria que mal soubesse ler, era chamado de alienado.

Mas nos últimos anos houve a percepção cada vez mais clara - ao menos para mim e alguns outros - que os países que se alinhavam com EUA ou URSS não eram apenas peões no jogo dos grandes. Eles tinham seu próprio jogo. Eram usados pelas superpotências, mas usavam-nas também.

O caso do Egito é emblemático: alinhado com a URSS até 1970, quando Sadat comandou primeiro a neutralidade, depois a mudança, depois de Camp David passaram a alinhar-se aos EUA e pararam de combater Israel - ao menos abertamente, embora importantes quadros do radicalismo islâmico e mesmo Al-Qaedista sejam oriundos de lá: Arafat, Al-Zawahiri, Mohammed Atta.


E o Egito passou a ser o 3o país que mais recebe ajuda financeira americana. Usaram as duas potências e escolheram continuar apostando no "cavalo certo" , o que sobrou e sustenta os excessos - ou herança colonial - do país até hoje.

Sócrates - O Intelectual X O Poder


Alguns anos atrás, na UERj, causei um certo impacto junto a alunos da instituição em cursos que participei, ao falar de Sócrates.

Minha tese era simples: Sócrates fora executado como inimigo da Democracia.

E isto chocava os jovens alunos de Filosofia e História, que foram ensinados a ver Sócrates - e efetivamente viam - como um herói da liberdade, da intelectualidade, que morreu em desafio e mesmo desprezo das regras e idiossincrassias sociais e legais do seu tempo. 

Mas a tese continuava....

Finda a Guerra do Peloponeso (431 a.C. - 404 a.C.), os Lacedemônios (popularmente conhecidos como Espartanos) instalaram um governo fantoche na Atenas derrotada, apoiados por uma guarnição: os 30 Tiranos. Um deles, o famoso Crítias, liderava os demais e seria parente de Sócrates. Alguns dizem tio ou sobrinho, isto é incerto.

Mais q isso, Sócrates tinha entre seus discípulos vários dos Tiranos, e quando o governo deles, de curta duração (403 a.C. - 401 a.C.), terminou, um certo clima de caça às bruxas ficou no ar. Lembro-me de não sei qual helenista francesa - creio q foi Claude Mossé - ter destacado que foi uma devassa relativamente pouco sangrenta em comparação com outros choques de facções entre as Póleis no mundo grego. Apesar de poucas vítimas, Sócrates foi uma delas.

Sócrates recebeu um julgamento de Inimigo do Estado, e este era democrático - não vou entrar no mérito da Democracia Escravista, que de resto Sócrates também apoiava no seu contexto, mas vamos convir q o governo do Demos em Atenas era menos restrito q o dos 30 Tiranos.

Anos atrás escrevi um 1o artigo sobre isso, publicado num periódico online chamado Duplipensar.

http://www.duplipensar.net/dossies/2004-Q3/tiranos-socrates.html

E claro, a tese é tão óbvia - se vc não for um estudante da graduação e de repente até se vc for - que deve ser facilmente encontrada em autores que viveram mto antes de mim.

Chegamos ao que interessa: o filme de Roberto Rosselini Socrate, 1970. Rossellini utiliza abertamente os Dialogoi de Platão para fazer seu filme. E para o Prof. Roberto Bolzani, a postura do intelectual diante do poder, como um resistente, é explícita. Bolzani nos diz que Sócrates era um legalista. Não pretendia abrogar a lei. Mas que colocava suas convicções pessoais acima da lei. Sócrates não pensava ter cometido crime algum.

Sócrates é então representativo de uma questão européia mto profunda - principalmente no início da década de 70, época do filme - Qual é o papel do intelectual diante da sociedade ? Como ele se porta perante o poder ?

Emblemático dessa questão, ainda conforme Bolzani, é o fato de que Sócrates não escolheu para si nenhuma pena alternativa, costume entre os atenienses quando da condenação à morte. Sócrates teria dito que ele não poderia escolher para si nenhuma outra pena, pois estaria admitindo cometer um crime que ele julgava em sã consciência não ter cometido.

Abaixo interessante texto sobre a filmografia de Rossellini no que toca a filósofos.

http://www.bocc.uff.br/pag/pereira-fausto-quatro-filosofos-roberto-rossellini.pdf

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Roteiro para estudo da História Antiga



       Pearsons discute as coisas que Antíoco - historiador do sec V a.C. - teria definido, segundo lemos em Dionísio de Halicarnasso, sobre as origens de Sícelos e Sicanos

·         O problema da coleta de informação por Antíoco é que, se ele tentou fazer os mesmos inquéritos de Heródoto entre povos não-gregos, ao contrário daquele no Egito ou Babilônia, não teve o mesmoo sucesso entre Sícilianos e Itálicos foi limitado pois estes povos não praticavam a escrita no início do século V a.C. e a aprenderam de Gregos e Etruscos.
·         Pearsons: A tradição oral pode ser preservada sem o auxílio da escrita, mas para que isso ocorra, é necessário um vigoroso desenvolvimento político com a presença de centros políticos regionais. E apesar do forte desenvolvimento cultural na Itália do séc V a.C. não há sinal de um desenvolvimento político equivalente. Não se pode esperar relatos mais numerosos ou prolíficos do que os das comunidades não-gregas.
·         Nota 40: C.F.Crispo Contributo alla storia della più antica civiltà della Magna Grecia crê em tradições orais e escritores locais dos quais Antíoco teria derivado seus relatos. E arqueólogos como Bracesi La Sicilia Antica pensam que algumas tradições locais foram adaptadas pelos colonizadores gregos para seus próprios mitos fundadores. Contra esta idéia: L. Pareti, Kokalos 2 (1956: 5-19)
·         pp. 13-14
·         Políbio critica Timeu por não ter inquirido as populações ítalo-sicilianas não-gregas à moda de Heródoto, mas ele devia estar consciente da dificuldade em fazê-lo, assim como Timeu, e do pouco retorno dessa abordagem.
·         Antíoco queria estabelecer a história do sul da Itália pré-grega, como a história de um reino ‘italiano’ de pessoas que ele denominava oinoitroi . Demarcou as fronteiras deste reino: excluiu o calcanhar e o artelho da bota italiana ao sul e os Opici ou Ausones ao norte (Oscos, Samnitas ou Campanianos como os romanos os chamavam)
·         Ao escrever sobre a Sicília, não está claro como ele estabeleceu a distinção entre Sicanos e Sícelos. É suposto que os gregos da Sicília a fizessem, mas por que Antíoco escolheu dizer que os Sícelos vieram da Itália?  Antíoco não pode reclamar mais conhecimento sobre a origem dos Sícelos do que nós sobre a dos Etruscos. Como ele, somos dependentes de logoi e tecmuria.
·         Quando Dionísio fala sobre os Sicanos, ele pode ter dado o que pensava ser o senso comum, e não se pode ter certeza sobre quanto do que ele diz foi tirado de Antíoco. Este diz que os Sicanos eram um povo Ibérico que se fixou na Sicília não muito antes da invasão Sícela, fugindo dos Ligúrios. Diz ainda que não eram muito numerosos e que muitas partes da ilha permaneceram desabitadas, mas mesmo assim ela foi chamada de Sicânia após sua chegada. Antes seu nome era Trinacria. Uma explicação da Trinacria Homérica. A troca de nomes segue o padrão de Antíoco Oinoitroi, Italoi, Morgetes.