domingo, 22 de julho de 2012

PLUTARCO VIDAS PARALELAS - TESEU



·         p.17 - Plutarco diferencia “mito e lenda, poetas e mitógrafos” de um relato mais apurado, com bases verificáveis “o terreno constante da História amparada em fatos”.
·         p.18 - “Oxalá possamos obrigar a fábula, depurada pela razão, a submeter-se a ela, assumindo feições de História”
·         Plutarco procura ser criterioso ao lidar com essas personagens, tentando separar lenda de fatos/verdade o tempo todo.
·         p.19 – Estratagema de Egeu – pedra, espada, filho, força – lembra a lenda arturiana posterior. Esta inspirada naquela ?
·         p.22 – Emulações em Plutarco: Héracles-Teseu, Milcíades-Temístocles, Alexandre-César.
·         Adversários de Teseu: Perifetes (clava, que Teseu adotou),  Sínis (pinheiros curvados, filha que teve filho com Teseu), javalina de Crômion (Féia, podia ser mulher). Círon (chute ao precipício, dúvida qto ao banditismo pela parentela ilustre [ Éaco, Cicreu, Peleu, Télamon]), Cercião, Procusto (Damastes), Touro de Maratona.
·         P.28
·         Minotauro – Origem, morte de Androgeu. Cretense vitorioso nos jogos Panatenaicos, foi morto pelos atenienses ou a mando de Egeu. Minos desembarca para vingá-lo (desculpa semelhante à Helena para tomar Tróia) e impõe tributo aos atenienses.
·         Todo a história do Minotauro segue um padrão que chamo de “mitos de permanências”. A repetição de gestos realizados durante o mito original que terminou com a empresa sendo levada a bom termo. Assim, cada passo dado e reproduzido em ritos (Oscofórias) ou mesmo histórias não tão bem-sucedidas como a Morte de Ariadne em trabalho de parto são reproduzidas ritualmente por ter Ariadne uma relação fundamental com o sucesso da empreitada.  Plutarco descreve todos estes mitos e busca ligar rituais, festas e elementos (‘dipnóforas’) com supostos eventos do passado, numa relação de mão dupla: tanto explica os rituais presentes quanto busca confirmar a veracidade de mitos passados.
Apesar de sabermos que os antigos eram muito religiosos - com rituais antes de votações na pnix, onde se reunia a assembléia ateniense, cercando o local todo com sangue de animais. - me parece que o número de ritos ligados ao Minotauro e sua derrota nas mãos de Teseu reveste-se de uma importância profunda para Atenas. Simbolicamente parece um modo de dizer que uma Talassocracia - poder marítimo - foi substituída por outra, e que Atenas tendo vencido o Minotauro foi a digna sucessora dos Cretenses.

·         Teseu parece imune ao poder patriarcal. Ainda jovem recusa seguir ordens dos pais (do adotivo – avô – e mãe e também do natural) duas vezes, sempre pelo heroísmo: quando migra para Atenas a pé (p.23) e quando se voluntariza para ser entregue ao Minotauro sem passar pelo sorteio. (p.30).
·         P.38
·         Plutarco cita o Canto II de Homero – “catálogo das naus” – e diz que Homero reconheceu a tradição democrática dos atenienses pois é o único grupo que nomeia como ‘povo’. 
Algumas observações: Ainda que nada tenha se perdido nas traduções e cópias antigas, é quase certamente uma interpolação posterior feita com propósitos políticos, por algum membro radical do Demos ateniense, ou admirador que viveu entre a época de Homero e a de Plutarco, portanto num intervalo de 800 anos no máximo. Existe a possibilidade de que seja uma adição não presente no texto original de Plutarco e o estilo quase certo nos levaria ao radicalismo dos séculos XVIII-XIX. Mas se a observação não estava no texto original de Plutarco, nem a menção aos atenienses como povo em Homero, então qualquer época dos últimos 3 séculos é uma escolha possível. O argumento em favor de interpolações espúrias ainda na antiguidade se torna mais forte quando lemos adiante em Homero II, 557-8, que os navios de Salamina se alinharam junto dos Atenienses. E a época em que ainda havia disputa sobre Salamina pertencer ou não a Atenas pode situar a interpolação no fim do sec. VI, ou ao menos esta 2ª interpolação, se não as duas.
·         p.39
·         Citação de Aticistas/historiadores antigos : Ândron de Halicarnasso, Bíon, Ferécides, Helânico. Os 3 últimos para contar sobre os jogos Ístmicos, e o tratado com os coríntios sobre os direitos dos atenienses que fossem aos jogos. Os 3 juntos para contar sobre a expedição de Teseu contra as  Amazonas e a captura de Antíope. Para Plutarco, Teseu foi por conta própria, não acompanhando Héracles.
·         P.40
·         Menécrates –autor de Nicéia, teria escrito História da Bitínia – também entra como fonte para o caso das Amazonas. Plutarco diz que elas amavam os homens naturalmente e os convidavam a visita-las.
·         p 40-1
·         A Guerra das  Amazonas – Mais uma citação de Helânico (diz que as amazonas vieram por cima do gelo cimeriano). Elas teriam combatido perto da Pnyx e os túmlos dos que ca[iram comprovam. Outro autor: Clidemo. Plutarco avalia o caminho por onde passaram a partir dos túmulos encontrados em diversas regiões e conclui que passaram pela Tessália (Escotussa e nos montes Cinoscéfalos) e pela Megárida.
·         PLANO DA OBRA. Plutarco se refere ao que já escreveu na Vida de Demóstenes, portanto: Vida de Demóstenes >>>> Vida de Teseu e provavelmente Vida de Cícero antes também.
·         P 42
·         Cap. 29 – Mais autores. Heródoro http://en.wikipedia.org/wiki/Herodorus
·         P. 43 Filócoro >>> Trégua entre Adrasto e Eteócles, a pedido de Teseu na planícies de Tebas para recuperar os mortos do exército atacante teria sido “a 1ª trégua para recuperar os mortos.
·         Citação de uma Vida de Héracles . Sem especificar autoria. Lá estaria dito que Héracles foi o 1º a devolver os cadáveres dos inimigos.
·         P. 44
·         Cap. 30 – Encontro de Hércules e Teseu a 1ª vez – Heródoro.
·         Nota 50 – Mistérios a) Eleusínicos – em honra de Deméter e Perséfone. b) Órficos – em honra de Orfeu (estes preceituavam a transmigração das almas).
·         P 47
·         Istro – ao menos 13 livros de obra sobre a Ática
·         P.48
·         A dupla queda de Teseu – do poder e do abismo – pode ser um simbolismo para o governo popular em Atenas que sempre derrubava aqueles que se destacavam, fossem eles seus benfeitores ou não.
·         P.49
·         Episódio da Ilíada – Menesteu, que incitara o povo a derrubar Teseu e depois tomara o poder, morre em Tróia e os filhos de Teseu que viviam na casa de Elefenor, tendo partido com este para Tróia, ao voltar assumiram o reinado de Atenas.
·         PLANO DA OBRA: Vida de Címon  <<<< Vida de Teseu


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