sexta-feira, 6 de julho de 2012

Donald Kagan e o estudo da Grécia como pressuposto da Civilização Ocidental

Baixei o curso introdutório completo de Donald Kagan sobre Grécia Antiga no Open Yale - quem não conhece dê uma googlada por que a famosa Yale, uma das mais conhecidas da Ivy League simplesmente disponibiliza GRÁTIS - palavrinha mágica pra brasileiro hem ?  - dezenas, talvez centenas de cursos para todas as áreas, e com seus melhores professores como exemplo do próprio Kagan, que se eu fosse nomear os 5 maiores classicistas vivos, Kagan estaria entre eles.

Aqui vão algumas observações interessantes de Kagan ouvidas - sim, é audioaula, nada melhor em filas ou antes de dormir, ou fazendo caminhada/corrida - durante o curso e também pesquisadas em artigos sobre Kagan e sua vida acadêmica na internet.

  •  Donald Kagan se declara dono de uma postura no mínimo corajosa em antiguidade: não sem um pouco de gracejo ele diz que há a escola rigorosa que duvida de tudo que não seja prova - algo que envereda pelo rigorismo senil do Direito que não deveria entrar tanto na História pois as duas disciplinas têm pressupostos epistemológicos e ontológicos bastante diferentes - do outro lado está ele, Kagan, o "historiador mais crédulo que já existiu pois acredita em tudo que está escrito em grego ou latim antigo a menos que seja algo impossível ou que haja uma outra fonte contradizendo pois assim ambas não poderiam estar certas" . Ele conclui que se ninguém consegue provar que está errado, a fonte é digna de confiança.
  •  A luta de Don Kagan pela estudo da Civilização Ocidental, começando no Mundo Clássico, ele resumiu da seguinte forma: "We are the product of Western civilization, so it’s necessary to understand yourself before you can understand anyone else," says Kagan.
    http://www.yalealumnimagazine.com/issues/02_04/kagan.html
  • Dois pensamentos sobre a Aristocracia entre os gregos

    1 - Para os gregos, a monarquia era coisa de bárbaros, homens que se achavam superiores como eles, não poderiam viver como escravos de um rei. A Aristocracia era o governo melhor, para homens livres

    2 - A Aristocracia detesta quando alguém começa a se elevar acima dos demais. Por mais engraçado que possa parecer, eles se preocupam muito com igualdade. Igualdade entre eles aristocratas, e uma profunda desigualdade entre eles e os demais, não-aristocratas.
  • A contradição maior da sociedade e do pensamento grego.

    1 - Todos eram estimulados à competição, deveriam ser os mais fortes, os mais belos, os melhores em tudo que fizessem.

    2 - Nessa busca por se elevar porém, os melhores acabavam cedendo à húbris - orgulho desmedido, soberba - e ofendiam os deuses que então mandavam a nêmesis - espécie de compensação com toda a sorte de desgraças.

    De certo modo, Kagan coloca as coisas de modo a nos fazer pensar sobre nossa própria época e talvez sobre a natureza humana, se é que é possível definir uma.

    Me lembra algo que já falei tanto sobre o preço do sucesso é por que encontramos tantos famosos com suas vidas estragadas e desequilibradas.

    A húbris - achar que pode fazer qualquer coisa - termina levando aqueles que se destacam a uma espiral de auto-destruição.

    Os mitos gregos, sempre buscando explicações sobre a natureza humana - psicológicas - ou sobre a natureza em si - físicas.

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