Toda a história do Minotauro segue um padrão que
chamo de “mitos de permanências”. A repetição de gestos realizados durante o
mito original que terminou com a empresa sendo levada a bom termo. Assim, cada
passo dado e reproduzido em ritos (Oscofórias) ou mesmo histórias não tão
bem-sucedidas como a Morte de Ariadne em trabalho de parto são reproduzidas
ritualmente por ter Ariadne uma relação fundamental com o sucesso da
empreitada. Plutarco descreve todos
estes mitos e busca ligar rituais, festas e elementos (‘dipnóforas’) com
supostos eventos do passado, numa relação de mão dupla: tanto explica os
rituais presentes quanto busca confirmar a veracidade de mitos passados.
Apesar de sabermos que os antigos eram muito religiosos - com rituais antes de votações na pnix, onde se reunia a assembléia ateniense, cercando o local todo com sangue de animais. - me parece que o número de ritos ligados ao Minotauro e sua derrota nas mãos de Teseu reveste-se de uma importância profunda para Atenas. Simbolicamente parece um modo de dizer que uma Talassocracia - poder marítimo - foi substituída por outra, e que Atenas tendo vencido o Minotauro foi a digna sucessora dos Cretenses.
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